Baseado no livro da escritora Brené Brown, falando sobre o tema “vulnerabilidade”.
Por que exigimos tanto de nós mesmos? Não admitimos nossos erros e falhas, nos tornamos cobradores do perfeccionismo. Essa dicotomia entre o perfeito e o imperfeito está muito forte em nosso DNA. Há uma cobrança, por tudo, quando não conseguimos alcançar o que definimos como certo em nossas mentes, aí vem a frustração, a culpa e a crítica por não sermos perfeitos. Como fica a nossa inteligência emocional se nós mesmos não nos aceitamos como somos?
E por que é assim? Acreditamos que quanto mais perfeitos, mais aumentamos a chance de sermos aceitos. Temos medo de mostrar as nossas imperfeições e sermos rejeitados. Diante disso muitas pessoas andam 24 horas por dia usando a personalidade, a máscara da perfeição.
Pessoas perfeccionistas tem uma mente extremamente objetiva e em muitas situações tem os seus sentimentos relegados a segundo plano. Tende a ser exigente demais consigo mesma e com quem está ao seu redor, fazendo com que automaticamente as pessoas se afastem. Afinal quem gosta de ser cobrado por perfeição o tempo todo?
Você é perfeccionista, ou é um ser humano que assume as suas imperfeições e, assim, se torna uma fonte de tranquilidade para si e para os outros.? Muitos maridos e mulheres exigem perfeição um do outro e vivem se digladiando. Não se divertem nem relaxam quando um dos dois falha não se apoiam mutuamente pelo contrário, cobram cada detalhe do comportamento que desaprovam. Todos nós queremos ser vistos e escutados. Mas para sermos vistos e escutados, é preciso que aconteçam duas coisas importantes: que a pessoa se mostre e se deixe ser vista (vulnerabilidade), e que, ao juntar a coragem e fazer isso, ela sinta que é escutada (empatia). Reparou alguma coisa nessa equação? Ela envolve outras pessoas, ok?
A fórmula vulnerabilidade versus empatia leva a completude. A empatia é o que nos leva a agir quando temos vontade de ficar paradas. E a empatia só acontece quando derrubamos nossas fronteiras e convidamos alguém para entrar em nosso círculo recém-expandido.
A vulnerabilidade não é algo bom nem mau, não é o que chamamos de uma emoção negativa. Ela é o centro de todas as emoções e sensações. Sentir é estar vulnerável. Vulnerabilidade não é fraqueza. Tudo que nós não temos controle nos deixa vulneráveis. Muitos de nós passamos a vida nos protegendo e evitando situações e pessoas que nos coloquem em fragilidade. Para ser bem sucedida profissionalmente precisa ser uma pessoa forte, agressiva e masculinizada. O segundo lugar é para perdedores. É sim aparecer e permitir ser visto. Pressupõe coragem para lidar com a própria imperfeição, vivendo com ousadia, assumindo riscos, expondo-se emocionalmente em qualquer que seja a situação: um relacionamento, a preparação para o concurso, um encontro importante, uma conversa difícil.
A vulnerabilidade está no centro de todas as emoções, de todos os sentimentos bons: amor, aceitação, alegria, coragem, empatia, criatividade, confiança. Sem conotação negativa como muitos acreditam.
Você sabia que os nossos centros emocionais contrastam pares opostos de emoções, o poder e a vulnerabilidade? Nós precisamos de um pouco de cada um deles, para termos uma vida feliz e saudável.
O poder não é sempre positivo, nem a vulnerabilidade é sempre negativa. Independência não é melhor que dependência e assim por diante. Às vezes dependência e desamparo são importantes, porque em certas ocasiões é importante que nos permitamos receber ajuda, o temor, a capacidade de ter medo, é vital algumas vezes porque o medo é uma emoção essencial que ajuda a nos salvar do perigo. O ideal é o equilíbrio entre poder e vulnerabilidade. Viver é correr riscos e se expor emocionalmente.