Quando atingimos uma consciência de entrega total ao que ocorre conosco, começamos a ter um olhar voltado para nós e esse olhar faz com que possamos perceber muitas coisas que precisam ser organizadas internamente. Necessidade de colocar cada coisa no seu lugar, e isso gera uma bagunça em nossa mente e consequentemente, em nossas emoções. Toda a transformação traz uma mudança e nem sempre estamos prontos para o que pode emergir de dentro de nós, e dessa forma surge a resistência e a autossabotagem.
A necessidade de recolhermos nessa época de pandemia nos trouxe o dever de interiorizarmos, acessarmos o que durante um tempo ficou embaixo do tapete, pela falta de tempo de olharmos para nós mesmos. Tivemos que nos adaptar a muita coisa que não estávamos acostumados. Chamo esse processo de *entrega*. Entregar consiste em seguir a nossa voz interior desta consciência universal dentro de nós. Tivemos que nos reinventarmos, criar atalhos emocionais para poder superar todo esse movimento.
Passamos por coisas difíceis, sair do velho para o novo, para o incerto, o inseguro, o desafiador e isso nos traz pânico e medo. Tivemos um espaço de tempo em que pudemos lidar com isso tudo. Cada pessoa é um agente de transformação, vivemos em obras, em construção e evolução. Às vezes aceleramos o processo, deixando fluir e acontecer naturalmente e em outros momentos retardamos o processo. A pandemia veio em um momento onde as pessoas precisavam desenvolver essa energia de união, de amor e de entrega. O mais engraçado é que aprendemos a maior parte do tempo através da dor e não do amor.
Nesse momento a energia feminina foi um ponto de apoio para muitas famílias. A energia feminina é uma força que tem esse poder de reconstrução, de enfrentar esses desafios de maneira mais receptiva e amorosa e generosa. A força dessa energia feminina, seja no gênero masculino ou feminino, é necessária para que possamos seguir nesse novo sistema que o Universo nos traz como experiência. Sejamos luz!
“É melhor conquistar a si mesmo do que vencer mil batalhas” – Buda